domingo, 21 de abril de 2013

Relacionamentos Saudáveis II

Dificuldades em relacionamentos é um dos motivos que mais preocupam as pessoas e que traz sentimentos controversos, muitas vezes causa sofrimento e medo do futuro. Um relacionamento saudável, naturalmente faz com que as pessoas cresçam, se conheçam, e é construído aos poucos com o investimento de ambos. Respeitando a individualidade de cada um, para que ao invés de se perderem possam se encontrar inteiros. Aprendendo, criando e re-criando. Olhar para si, cuidar de si lhe proporciona encontros verdadeiros. Estava lendo um livro cujo trecho abaixo me chamou atenção: "Confiamos tão pouco no fluxo da vida, do amor e dos relacionamentos, que nos agarramos a maré-cheia e morremos de medo da vazante. Temos medo de que a maré cheia nunca mais volte, insistimos em permanência, duração, continuidade, quando a unica continuidade possível na vida, como no amor, está no crescimento, na fluidez... A verdadeira segurança não está em se apoderar ou possuir, em exigir ou criar expectativas, nem mesmo em ter esperanças. A segurança num relacionamento não está em olhar com nostalgia o passado, nem antecipar com medo o futuro. A única segurança num relacionamento é vivê-lo no presente e aceitá-lo como está no momento. (Anne M. Lindbergh) Em breve faremos uma Vivência sobre Relacionamentos Saudáveis.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Psicanálise

"A Psicanálise se interessa pelo singular, é certo: porém não há singular absoluto. Digamos isto de outra forma: tanto no caso clínico quanto nas produções do imaginário artístico, o psicanalista vai reencontrar certos temas fundamentais, porque estes são o que torna humano o ser humano." Renato Mezan

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Voar....

"Nunca se deve engatinhar quando se tem o impulso de voar." Hellen Keller Como você está se sentido? As vezes tudo o que precisamos é de um olhar para nós mesmos. Conhecer a si mesmo pode ser o impulso necessário para as mudanças. A psicoterapia auxilia nesse processo de auto-descoberta e realizações.

A vida

"Eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida removendo pedras e plantando flores." Cora Coralina E você? Que tal reconectar-se?

O resgate do principio feminino - Leonardo Boff

O poder é uma das características fundamentais do masculino no homem e na mulher. O poder na forma de dominação, entretanto, representa uma patologia. Por isso, nossa civilização, estigmatizada pela dominação em quase todas as áreas, produz a inflação do masculino, do patriarcalismo e do machismo. São produtos do patriarcado o tipo de ciência que praticamos e o tipo de desenvolvimento que operamos. Ambos são reducionistas, fragmentados e excludentes da natureza e da mulher. Nesta forma, o poder-dominação não desumanizou apenas os homens, mas também as mulheres. Os homens recalcaram sua dimensão de anima e não permitiram que as mulheres realizassem sua dimensão de animus. Em razão dessa errância, fica claro que a questão do masculino, nos dias de hoje, reside no feminino negado, reprimido ou não integrado. Para ser plenamente humano, o homem precisa reanimar nele o seu feminino e reeducar o seu masculino. Somente então podem ambos, homem e mulher, entreter relações civilizatórias, humanitárias e realizadoras do mistério humano feminino-masculino. A grande tarefa civilizacional, talvez a mais urgente nos dias atuais, consiste no resgate do princípio feminino. Chamo atenção para o fato de que não falo de categoria feminino/masculino, mas de princípio feminino/masculino. Afasto-me decididamente da ideologia do gênero, sexista, baseada no sexo biológico, que constrói social e culturalmente as categorias do masculino e do feminino de forma dualista e excludente. Ela distribui os papéis, os valores e os antivalores: a criatividade, a atividade e a violência tributados ao masculino; e a passividade, a receptividade e a não-violência, ao feminino. Precisamos ultrapassar essa visão excludente e entender a sexualidade num nível ontológico, não como algo que o ser humano tem, mas como algo que ele é. O masculino não diz respeito somente ao homem, mas também à mulher. O feminino não ganha corpo apenas na mulher, mas também no homem. Esse feminino representa o princípio de vida, de criatividade, de receptividade, de enternecimento, de interioridade e de espiritualidade no homem e na mulher. Portanto, trata-se de um princípio inclusivo e seminal que entra na constituição da realidade humana. O resgate do princípio feminino junto com o do masculino propicia uma nova inteireza à humanidade, ao transcender as distorções na relação homem-mulher e ao ultrapassar o sexo biológico de pertença. Significa não somente libertação dos humanos, especialmente da mulher, mas também da natureza e das culturas não estruturadas no eixo do poder-dominação, equiparadas ao fraco e ao frágil - portanto, ao feminino cultural. A recuperação do princípio feminino permite um processo de libertação mais integral e verdadeiramente includente, pois parte do feminino oprimido. O oprimido tem um privilégio histórico e epistemológico pelo fato de possuir uma percepção mais alta que inclui o opressor enquanto ser humano. O opressor exclui o oprimido, pois o considera uma coisa ou um ser humano menor, subordinado e dependente. A libertação deve começar pelo oprimido para acabar com o opressor. Só então ambos se encontram sobre o mesmo chão comum, como humanos, construindo juntos, na igualdade e na diferença, a sociedade e a história. A inclusão do princípio feminino obrigará toda a cultura masculinizante a questionar seu paradigma fundacional. Ele radica-se no poder-dominação, hoje vastamente em crise. O pensamento da crise, no interior do mesmo paradigma, não pode trazer soluções. O veneno que mata não pode ser o remédio que cura. Os únicos que podem oferecer algo alternativo e terapêutico são aqueles que foram vistos como incapazes de pensar, por não serem suficientemente racionais e produtivos. Ora, os que pretendiam trazer as luzes (os iluministas) nos conduziram às trevas atuais. Os que se propunham a difundir a razão, a ciência e a técnica por todos os quadrantes nos estão conduzindo ao pior, à destruição e ao desaparecimento. O princípio feminino é sanador e libertador, pois se move num outro paradigma e opera numa outra lógica. Seu paradigma básico é a vida, e não o poder; o respeito e a veneração pela vida, e não a agressão e a dominação. A lógica da vida não é a redução e o isolamento, arrancando os seres do seu meio real e analisando-os em si mesmos ou manipulando células, genes e microorganismos fora de seu ecossistema. A lógica da vida é a complexidade, é a teia de interações em todas as direções e em todos os lados, é a sinergia e a panrelacionalidade. Ora, o feminino consiste na capacidade de viver o complexo, de elaborar sínteses, de cultivar o encantamento do universo, de cuidar da vida, de venerar o mistério do mundo, de elaborar um desenvolvimento com a natureza, e não contra ela, de alimentar o esprit de finesse para contrabalançar o esprit de géometrie. O feminino - porque obedece à lógica do complexo e porque naturalmente é inclusivo - representa o único caminho para a humanidade, para um planeta sustentável e para a convivência pacífica e solidária entre o Norte e o Sul. A introdução do princípio feminino representa um desafio ao paradigma machista, cujo desenvolvimento e prática técnico-científica implicou o domínio, a destruição, a violência, a expropriação e a marginalização da mulher e da natureza, hoje considerados supérfluos. O princípio feminino propicia uma economia política da vida, devolve importância à natureza, resgata o sentido da Terra como Grande Mãe, superorganismo vivo, Gaia e Pachamama. Ele se transforma num caminho não violento de interpretação e transformação do mundo, num reforço de todos os processos sinergéticos que respeitam a diversidade e que nela buscam convergências que interessam a todos, o bem comum humano e sociocósmico. O homem que evoca em si e integra sua dimensão de anima incorpora, junto ao seu vigor, a ternura; junto ao trabalho, a gratuidade; junto à razão, a emoção; junto ao logos, o pathos e o eros. Ele emerge mais humano, relacional e liberto das malhas que o desumanizavam e desumanizam a mulher e a natureza. Agora, diferentes e juntos, podem construir o humano de forma mais dialética, tensa, dinâmica, aberta a novas e surpreendentes sínteses.